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PORTUGAL - PORTO: A cidade que dá nome ao país (e ao vinho)

Porto é a segunda maior metrópole de Portugal, depois de Lisboa. Marcada por séculos de história reúne tradições portuguesas com um charme diferente: nevoeiro pela manhã, paisagem e pôr do sol espetacular às margens do Rio Douro, casario colorido em ruas estreitas, além de uma alta gastronomia e é claro, vinhos deliciosos e bem característicos.



Por Irmãs pelo Mundo, outubro de 2022.


Continuando a viagem, neste post iremos falar sobre Porto, também conhecida como Oporto: a segunda cidade mais visitada de Portugal, sempre repleta de turistas em todos os cantos. Construído nas colinas que beiram o Rio Douro, na Ribeira, foi protagonista estelar durante o processo de criação da nação lusa, sendo o principal centro administrativo do condado de Portucale, um território que se estendia entre os rios Minho e Douro, e que acabou por dar o nome ao país Portugal. Se quiser saber mais sobre as demais cidades visitadas é só clicar nos links abaixo:


Lisboa: a cidade das sete colinas – clique aqui para ler

Sintra: tour de 01 dia a Sintra, Quinta da Regaleira, Palácio Pena e Cascais – clique aqui para ler

Lisboa: Belém, o bairro que revive o auge do império Portugues na era dos descobrimentos - clique aqui para ler

Évora: tour de 01 dia em uma das cidades mais antigas da Europa – clique aqui para ler

Fatima: tour de 01 dia em Fátima, Nazaré e Óbidos – clique aqui para ler

Douro: tour de 01 dia pela região vinícola mais famosa de Portugal – clique aqui para ler

Espanha: Santiago de Compostela, tour de 01 dia saindo de Porto – clique aqui para ler

Braga e Guimarães: a capital do turismo religioso de Portugal e o berço de Portugal – clique aqui para ler


As informações de Portugal, quando ir, onde se hospedar (nossas experiências), gastronomia e como se locomover estão no link: PORTUGAL – O berço dos grandes descobrimentos – clique aqui para ler

 

ROTEIRO


Chegamos no Porto perto das 13h e as 17h já programamos um free tour com a Civitatis para conhecer o centro histórico da cidade, Patrimônio Cultural da Humanidade declarado pela Unesco, que traz consigo um conjunto de heranças seculares. Clique aqui para reservar.

Com ares de cidade que cresceu sem se esquecer de suas raízes, Porto é uma metrópole com alma de povoado bucólico, que encanta pelas ruas estreitas, pelo casario colorido da Ribeira e pelas construções góticas e barrocas de seu centro histórico. Começamos o nosso tour em frente ao Monumento a Almeida Garret (uma das maiores figuras do romantismo português), situado em frente à Câmara Municipal do Porto, na praça General Humberto Delgado na Avenida dos Aliados. Erguido no meio da extensa fachada da câmara municipal está a Torre do Relógio.


Camara Municipal do Porto, Torre do Relógio e Monumento a Garret - arquivo irmãs pelo mundo
Praça General Humberto Delgado - arquivo irmãs pelo mundo

Na praça está a Igreja dos Congregados, construída em 1703 e dedicada a Santo Antônio. Na capela da Sagrada Família encontra-se o túmulo do corpo mumificado, ricamente vestido do Papa São Clemente, sendo o único papa sepultado longe do Vaticano.


Seguimos em direção à Livraria Lello, considerada uma das mais belas livrarias do mundo e uma das mais badaladas atrações do Porto. Inaugurada em 1906, possui grande valor histórico e arquitetônico, com uma emblemática escada vermelha no centro e o teto todo trabalhado com um grande vitral. Apesar de toda essa beleza, o maior sucesso da Lello entre os turistas se dá ao boato de que ela teria servido de inspiração para alguns cenários clássicos dos filmes de Harry Potter. De fato a autora J. K. Rowling morou na cidade, mas ela declarou que não chegou a conhecer a livraria. Ingressos custam 5 euros e não chegamos a entrar por conta da fila.


Interior da Livraria Lelo - foto: divulgação

Poucos passos da livraria está a Praça Gomes Teixeira com a Fonte dos Leões, a Universidade do Porto e a Igreja do Carmo, construída no século XVIII e a vizinha Igreja das Carmelitas. As duas dão a impressão de ser uma enorme igreja, mas na verdade são igrejas separadas por um imóvel chamado Casa Escondida, que pode ser visitado.


Igreja do Carmo, Igreja das Carmelitas e Casa Escondida - arquivo irmãs pelo mundo

Continuando o tour, passamos pela moderna e recém revitalizada Praça de Lisboa que fica em frente à Torre dos Clérigos. A Torre da Igreja dos Clérigos é provavelmente o monumento mais representativo da cidade. A construção de mais de 75 metros ficou pronta em 1763 para ser uma torre sineira, mas ao longo da história acabou orientando navegadores e também serviu como ponto estratégico para combates militares. Subindo os mais de 200 degraus de uma estreita escada chega-se ao topo que oferece uma vista 360º (com ou sem névoa) sobre as principais atrações do Porto, além do Douro e de Gaia.


A torre se destaca no horizonte da cidade do Porto - foto: divulgação
Igreja dos Clérigos - foto: divulgação

Seguimos até o Miradouro Da Vitória para uma vista panorâmica da cidade e passamos pela Rua das Flores, um dos corredores turísticos mais importantes do Porto, até chegar na Praça Da Liberdade. A Rua das Flores, de 15211, é uma rua somente para pedestres onde em seus 400 m de extensão estão belas construções históricas, além de inúmeras, lojas, cafés e restaurantes.


Vista do Miradouro da Vitória - arquivo irmãs pelo mundo

Chegamos na Praça da Liberdade que guarda a essência da cidade. No centro da praça, destaca-se a estátua equestre do rei D. Pedro IV (nosso D. Pedro I) e ao seu redor estão importantes edifícios modernistas do início do século XX, como a Prefeitura de Porto, banco de Portugal e Palácio das Cardosas.


Praça da Liberdade - foto: divulgação

No lado da praça está a Estação Ferroviária de São Bento com seus fantásticos azulejos. Construída em 1896, o edifício é uma joia arquitetônica de influência francesa, que apresenta uma fachada com riqueza de detalhes. O destaque é o saguão principal da estação, revestido por mais de 20 mil azulejos cobrindo uma superfície de 551 metros quadrados com imagens que representam passagens importantes da história do país.


Exterior da icônica Estação São Bento - foto: divulgação
O interior é realmente lindo - arquivo irmãs pelo mundo

Descendo a ladeira, chegamos na belíssima Igreja de São Francisco, a Catedral Sé do Porto, uma das mais antigas catedrais de Portugal. A construção inicial em estilo românico, que data os séculos XII e XIII, sofreu muitas alterações ao longo dos séculos, misturando outros estilos, sendo que o predominante agora é o barroco. Seu interior é feito em talha dourada, assim como a medieval Muralha Fernandina.



Forma em conjunto com a Sé, o Palácio Episcopal e a Igreja São Lourenço dos Grilos, construída em etapas, entre os séculos XVI e XVIII, que se destaca no tamanho. A igreja abriga o Museu de Arte Sacra e Arqueologia do Porto. Possui poucas peças arqueológicas, mas um bom número de estátuas de santos, ourivesaria religiosa e objetos litúrgicos. Em frente à catedral está o Pelourinho do Porto, também conhecido por Pelourinho da Sé ou Terreiro da Sé. A praça é de 1945, não tão antiga como os prédios históricos que a rodeiam e por estar numa das áreas mais altas da cidade, proporcionando belas vistas.


Igreja São Lourenço dos Grilos - arquivo irmãs pelo mundo

Continuamos na descida até o Cais da Ribeira, um dos lugares mais antigos da cidade do Porto, e hoje um dos pontos mais visitados. O calçadão às margens do rio Douro é local de muitos restaurantes, cafés e bares, e proporciona uma vista incrível do belíssimo cartão postal: a Ponte Dom Luis I, de 1886, que une o centro de Porto com a vizinha povoação de Nova Gaia. Além dos monumentos, a imagem de Porto está também associada às pontes que comunicam as duas margens. São comuns os passeios de barco que navegam pelo Rio Douro, conhecido como o passeio das 6 pontes.


Parece um quadro de tão lindo - foto: divulgação
Ponte Dom Luis I - foto: divulgação
Anoitecer no cais da ribeira - arquivo irmãs pelo mundo
Cais da Ribeira - arquivo irmãs pelo mundo
O famoso hotel Pestana Vintage Cais da Ribeira, muito bem localizado - arquivo irmãs pelo mundo

Encerramos nosso tour na Ribeira e aproveitamos para jantar nesse local encantador. O roteiro que fizemos está no mapinha abaixo:


OUTROS LUGARES PARA VISITAR NO PORTO


A partir do calçadão do Cais da Ribeira, caminhando pouco mais de 500m chega-se a Praça do Infante Dom Henrique, construída em homenagem ao filho do rei Dom João I, em 1885 é rodeada de belos edifícios históricos como o imponente Palácio da Bolsa, construído em 1842 como um importante lugar para discutir os negócios na cidade. Atualmente o palácio é a Sede da Associação Comercial do Porto, servindo par eventos culturais, sociais ou políticos.


Praça do Infante Dom Henrique - foto: divulgação

Ao lado da praça também está antiga igreja medieval de São Nicolau, datada de 1762 e construída em estilos clássico e barroco; a Igreja São Francisco, construída entre 1383 e 1410 no estilo gótico; e a Igreja da Venerável Ordem Terceira de São Francisco, onde a discreta fachada gótica esconde um interior pomposo. Também a partir da Ribeira e bem próximo a ponte D. Luis I, pode-se conhecer 3 torres do trecho que restou da Muralha Fernandina, erguida por Dom Afonso IV, em 1336, e tinha 5 km de extensão, 27 torres e 6 portas, com função de proteger a cidade do Porto.


Longe do centro da cidade, e construída sobre uma pequena colina, a Igreja Santo Idenfonso data 1730 e é uma das uma das que possui a fachada das mais bonitas da cidade. Localizada na Rua de Santa Catarina no Bairro Batalha, tem em sua fachada uma das principais atrações: azulejos típicos portugueses de 1932.


Igreja Santo Idenfonso - foto: divulgação

A agitada Rua de Santa Catarina é uma das mais conhecidas vias do Porto e uma espécie de calçadão com dezenas de lojas de artesanato, roupas, calçados, além de grandes marcas como Fnac e Zara. Caminhando por sua extensão, a partir da Igreja Santo Lidenfonso, passa-se pelo Café Majestic até chegar na Capela das Almas, que apesar de ser uma pequena igreja, é uma das mais visitadas da cidade do Porto.


Café Majestic - foto: divulgação

A capela foi construída no século XVIII, mas ficou famosa a partir em 1929, quando foi forrada com mais de 15 mil azulejos azuis, que representam a vida de São Francisco de Assis e de Santa Catarina. Em frente à fachada da Capela, há um magnífico vitral representando as almas, construído pelo pintor Amândio Silva no século XIX. A igreja recebeu este nome por abrigar a sepultada a Nossa Senhora das Almas.


Capela das Almas - foto: divulgação

Também no bairro Batalha fica o Mercado Bolhão e a Igreja da Trindade, construída no século XIX em estilo neoclássico com alguns detalhes de tradição barroca, é uma das mais imponentes da cidade do Porto ocupando um quarteirão inteiro.


VILA NOVA DE GAIA


Do outro lado do Porto, na cidade vizinha Vila Nova de Gaia os pontos turísticos, praticamente fazem parte da cidade do Porto, especialmente a Ponte Dom Luis, que une as duas cidades. O grande polo turístico de Vila Nova da Gaia é a Ribeira da Gaia. A orla do rio Douro é repleta de cafés, restaurantes e as vinícolas, onde se encontra o famoso vinho do Porto.


Vista do Miradouro da Vitória - arquivo irmãs pelo mundo
Vila Nova de Gaia é o local perfeito para conhecer caves e experimentar o vinho do Porto - foto: divulgação
Algumas caves ficam à margem do Douro - foto: divulgação

Continuando nossa viagem, no dia seguinte fizemos um dos tours mais lindos, poéticos e emblemáticos do norte de Portugal: conhecemos o Vale do Douro. Clique aqui para conferir. Se você gosta de história como nós, leia abaixo um resumo da história do Porto.

 

HISTÓRIA


Porto teve origem num povoado celta, pré-romano, mas foi na época romana, I a.C que a região passou a ser designada Cale ou Portus Cale, fazendo referência a duas antigas povoações de ambas margens do Rio Douro: Portus e Cale. A região fazia parte da principal rota de comércio entre Lisboa e Braga. Entre 410 e 584, a região foi invadida pelos povos germânicos, que assumiram o controlo dos romanos e tornaram a cidade capital, denominando-a de Braga. No entanto, o domínio dos germânicos Suevos sobre a cidade não durou muito tempo, tendo sido invadida com sucesso pelos visigodos em 584, que voltaram a batizar a cidade de Portucalense.


As povoações às margem do Douro - foto: divulgação

Em 715 d.C, as forças islâmicas que começaram a invadir a Península Ibérica, atingiram a região norte tomando as principais povoações e cidades, tais como Porto e Braga, e em 716 praticamente toda a Península estava sob domínio do Califado Omíada, com exceção de uma pequena zona montanhosa das Astúrias, onde a resistência cristã se refugiou. As primeiras tentativas de reconquista definitiva do território, começaram um século e meio depois em 868. Em 999 fidalgos gascões entraram com uma grande armada pela foz do Rio Douro, conhecida como a Armada dos Gascões, e expulsaram os mouros, e assim constituíram o primeiro condado de Portugal (Condado Portucalense), além de uma identidade nacional e a base de Portugal como um país.


A expansão do condado originou o nascimento de pequenos reinos, que iam sendo alargados à medida que as conquistas eram bem sucedidas. Assim nasceram o Reino de Leão, de Navarra, de Aragão, de Castela e da Galiza. O condado Portucalense tornou-se parte do Reino de Leão em 1097 e só passou a ser independente depois do casamento de D. Teresa de Leão, filha de Afonso VI de Leão, com D. Enrique de Borgonha. Desta união nasceu D. Afonso Henriques, que em 1143 se proclamou o primeiro rei de Portugal.



Após a expulsão definitiva dos Árabes do território português, o centro de gravidade política passou para Lisboa, sendo Porto reduzida a um segundo plano. Durante a crise dinástica de 1383-1385 a cidade manteve-se, a grande maioria do tempo, leal ao Mestre de Avis, D. João, filho ilegítimo de D. Pedro I e meio-irmão de D. Fernando. Avis com a ajuda dos ingleses derrotou as tropas castelhanas assegurado a independência do reino, tornando-se o primeiro rei da segunda dinastia portuguesa, a dinastia de Avis. D. João I casou-se com a princesa inglesa D. Filipa de Lencastre e os seus filhos são chamados de ínclita geração, cunhado pelo poeta Luís de Camões em "Os Lusíadas", publicado em 1572.


Foi preciso esperar até o século XV para ver de novo, o Porto ocupar um papel relevante na história do país. Muitos barcos que protagonizaram as expedições marítimas foram construídos nos estaleiros de Porto. Foi do Porto que em 1415, o Infante D. Henrique, o Navegador, partiu para explorar a costa ocidental africana, iniciando a Era dos Descobrimentos Portugueses. Sob o seu comando, as ilhas da Madeira e dos Açores foram conquistadas em 1419 e 1427, respectivamente.



Por volta de 1700, o vinho já era uma importante parte da economia e contribuiu fortemente para o crescimento do Porto. Em 1678 o vinho foi exportado pela primeira vez a um país estrangeiro, a Grã Bretanha e muitos ingleses comerciantes de vinhos, vieram a se instalar no Porto. Em 1703, o Tratado de Methuen permitiu o estabelecimento de relações comerciais entre Inglaterra e Portugal, e por 1717, a primeira produção inglesa de vinho do Porto já estava a operar a partir do Porto.


Vinho do Porto e pastelzinho de nata com essa vista - foto: divulgação
Há vários Rooftops para apreciar a vista e a culinária do Porto - foto: divulgação

Os séculos XVIII e XIX caracterizaram um período de crescimento do Porto, apesar dos conflitos. As tropas napoleônicas invadiram a cidade em 1809, mas felizmente foram bloqueadas por Arthur Wellesley, primeiro duque de Wellington, que comandou pequenas embarcações de vinho com as suas tropas para atravessar o rio. No final do século XIX, em 1891, a inquietação dos republicanos levou a uma revolta na cidade, a um acontecimento chave na história do Porto e de Portugal, que acabaria por culminar na declaração e criação da República Portuguesa, em 1910.

 

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