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PORTUGAL - BRAGA E GUIMARÃES: A capital do turismo religioso de Portugal e o berço de Portugal
Braga, a cidade mais antiga de Portugal com mais de 2.000 anos de história e um dos principais centros religiosos portugueses e Guimarães, considerada o berço de Portugal e a cidade onde provavelmente nasceu o primeiro rei de Portugal, D. Afonso Henriques.
Por Irmãs pelo Mundo, outubro de 2022.
Nono e penúltimo dia em Portugal, com aquele sentimento de saudade já tomando contar kkk. Ainda hospedados no Porto, reservamos um dos bate-volta mais comuns feitos no norte do país: o tour de um dia para Braga e Guimarães. Braga é a mais antiga cidade de Portugal, localizada no coração do Minho e um dos principais centros religiosos portugueses, com ruas floridas, clima jovem e boas opções de restaurantes. Guimarães é considerada o berço de Portugal e a cidade onde nasceu o primeiro rei de Portugal, D. Afonso Henriques. Para reservar o tour no site Viator clique aqui.
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Partimos do Porto para a nossa primeira parada em Braga, a cidade mais antiga de Portugal com mais de 2.000 anos de história. Sua história bimilenar iniciou na Roma Antiga, quando foi fundada em 16 a.C. como Bracara Augusta em homenagem ao imperador romano Augusto. Antes da sua fundação pelos Romanos entre os anos 136 A.C. e 14 D.C., já viviam na região povos celtas que eram conhecidos por Brácaros. O imperador mandou reorganizar a cidade com objetivo de difundir a religião cristã e o modo de vida Romano na Península Ibérica, construindo termas, templos e vias públicas para que as atividades socioeconômicas se desenvolvessem rapidamente.
Entre 402 e 470 ocorreram as Invasões Germânicas da Península Ibérica, e a área foi conquistada pelos Suevos, povo germânico da Europa Central. A cidade foi protegida por uma muralha, em uso desde o século III, e o antigo anfiteatro romano foi reaproveitado para a construção de uma fortaleza. A cidade se tornou capital da Galécia e com a chegada dos Visigodos houve novo período de instabilidade na região. Por volta de 584, os visigodos assumiram o controle e dominaram a Galécia durante 130 anos.
Os mouros tomaram Braga no início do século VIII, mas foram brevemente repelidos pelas forças cristãs sob comando de Alfonso III das Astúrias em 868 com ataques intermitentes até 1040, quando foram definitivamente expulsos por Fernando I de Leão e Castela. Mais tarde a cidade passou para as mãos do Conde de Portucale D. Henrique de Borgonha, como dote de seu casamento com D. Teresa, filha de D. Afonso IV de Leão e Castela. O casal está sepultado na Sé de Braga, e são pais do primeiro Rei de Portugal, D. Afonso Henriques.
Em 1112, D. Henrique de Borgonha e D. Teresa, até então senhores da cidade, doam Braga aos Arcebispos, que a transformam durante os séculos seguintes, melhorando e construindo na região em volta da Sé. A cidade passou a ter tanta importância a nível Ibérico, que o arcebispo de Santiago de Compostela, com medo da ascensão da Sé de Braga, chegou a roubar as relíquias dos santos bracarenses, na tentativa de diminuir a importância religiosa da cidade - as relíquias só retornaram a Braga no século XX. No século XVI, o Arcebispo de Braga a modifica a cidade profundamente, construindo ruas, praças, novos edifícios, o que provocou o crescimento para além do perímetro amuralhado. No século XVIII, Braga sofre a influência do Barroco e Neoclássico, e é nesta época que inicia-se a construção do Santuário do Bom Jesus do Monte, em 1722.
Iniciamos nosso tour visitando o santuário, que com sua enorme escadaria branca, é um dos principais pontos de peregrinação católica em Portugal e o principal cartão postal de Braga. Além das razões religiosas e arquitetura, o Santuário do Bom Jesus também é famoso pelo seu funicular vertical, uma peça impressionante da engenharia do século XIX. Este foi o primeiro deste tipo a ser instalado em Portugal em 1882.
A igreja foi construída em 1784 por Carlos Amarante, que lhe deu um design neoclássico de inspiração italiana. A escada que leva ao topo possui 573 degraus e 17 patamares adornados com fontes simbólicas, estátuas alegóricas e outras decorações de estilo barroco, com temas como as Estações da Cruz, os Cinco Sentidos, as Virtudes, Moisés recebendo os Mandamentos e, no topo, as oito figuras bíblicas que contribuíram para a condenação de Jesus.
Dois quilômetros acima do Santuário do Bom Jesus do Monte está o Santuário do Sameiro, o segundo maior centro de peregrinação mariana em Portugal. Situado no topo da colina com o mesmo nome, a 566 metros de altitude, proporcionando uma vista privilegiada sobre a cidade de Braga. É um edifício impressionante que atrai um grande número de devotos e turistas, especialmente durante as peregrinações do primeiro domingo de junho e do terceiro domingo de agosto.
Chegamos no centro histórico onde estão a Sé, dezenas de igrejas, museus, construções romanas, coloridos jardins e excelentes cafés. Construída no século XI, a Sé de Braga é a primeira catedral portuguesa, erguida antes mesmo da fundação de Portugal. Começou a ser construído no final do século XI e foi consagrado e dedicado à Virgem Maria pelo bispo Pedro em uma sessão solene em 28 de Agosto de 1089. Devido à sua importância, chegou a rivalizar com a Catedral de Santiago de Compostela. Em estilo medieval, a igreja combina três estilos diferentes: românico, manuelino e barroco. Na Capela dos Reis, em estilo gótico estão enterrados os pais do primeiro rei de Portugal, D. Henrique e D. Teresa e no Tesouro-Museu estão peças de importância histórica, como a cruz com a qual foi rezada a primeira missa no Brasil.
Da Sé, passeamos pelo Jardim de Santa Bárbara e Paço Episcopal. Paradinha para o almoço em um restaurante fofo demais e com comida deliciosa, que esquecemos de registrar o nome kkk L. Seguimos pela Rua Dom Diogo de Souza, que mais adiante passa a se chamar Rua do Souto e é o local onde se concentram muitos restaurantes, cafés, bares e lojas; até chegar no Arco da Porta Nova, uma das oito entradas da muralha que dava os limites e proteção à cidade durante a Idade Média.
Próxima parada: Guimarães, o berço de Portugal e Patrimônio Mundial, desde 2001. Guimarães conta com mais de um milênio desde a sua formação e é um verdadeiro exemplo da evolução de uma cidade medieval ao longo da história. Durante o século X, com grande parte da península Ibérica tomada pelos mouros, os cristãos refugiarem-se no local onde hoje fica a cidade de Guimarães. Afonso Henriques, primeiro Rei de Portugal, que iniciou as batalhas pela independência, provavelmente nasceu e de fato foi morador da cidade. Por volta de 1128 Guimarães foi palco de alguns dos principais acontecimentos políticos e militares, que levariam à independência e ao nascimento de uma nova Nação.
Caminhar por Guimarães é como estar em museu a céu aberto. As suas ruas e monumentos respiram história e encantam quem a visita. Guimarães tem atmosfera única. A cidade ainda possui uma herança harmoniosa e bem preservada, evidenciada nas varandas de ferro, varandas e pórticos de granito, mansões, arcos, torres e claustros. O centro histórico localizado na área que ficava dentro das muralhas da cidade, foi classificado como Patrimônio Mundial, com base na originalidade e autenticidade aplicadas na sua restauração.
A primeira parada do nosso tour foi no Largo do Toural, uma praça rodeada de belos prédios antigos, cafés e restaurantes, e local que se iniciou a cidade de Guimarães. Na praça também está a Torre da Alfândega com o famoso letreiro “Aqui nasceu Portugal”. Seguimos caminhando até o Largo da Oliveira, e visitamos a Igreja Nossa Senhora da Oliveira, construída no século XII, toda em pedra e o Padrão do Salado, monumento gótico que teria sido erguido no século XIV em comemoração à batalha contra os mouros.
Passando pela Rua de Santa Maria, logo se chega à chamada Colina Sagrada, onde estão o Castelo de Guimarães de mais de 1.000 anos, o Paço dos Duques de Bragança e a Igreja de São Miguel do Castelo, uma construção bem pequena do século XIII onde teria sido batizado o primeiro rei de Portugal. O castelo foi construído no século X e servia como proteção da cidade. Mais tarde, ganhou ainda mais fama por ter sido o local onde nasceu Afonso Henriques, o primeiro rei de Portugal. Caminhamos em meio e sobre as ruínas e subimos em uma das torres.
A presença do castelo evoca a emocionante mistura de lenda, poesia e heroísmo que rodeia o início da história portuguesa. Por volta de 968, Mumadona, a condessa da Galícia, ordenou a construção de um castelo no Monte Largo, onde a população pudesse buscar refúgio contra os constantes ataques desencadeados pelas hordas de vikings, que chegavam por mar do norte da Europa, e os muçulmanos, que fizeram incursões nos territórios que ocupavam ao sul. Quando assumiu o governo da província Portucalense, Alfonso VI de Leão, ordenou a construção de outra construção maior e mais sólida, representando o início da importante estrutura defensiva que podemos ver hoje.
Construído no século XV por Dom Afonso, filho bastardo do rei D. João I, o Palácio dos Duques de Bragança serviu como moradia por um breve período, ficando depois abandonado até o século XX. É a maior das construções da Colina Sagrada. Após passar por uma grande reforma, finalizada em 1959, foi transformado em museu. Alguns dos destaques são os tapetes persas, porcelanas, tapeçarias flamengas, além de pinturas e os belos salões. O teto da sala de banquetes reproduz o casco virado de uma caravela, em homenagem às proezas marítimas dos portugueses.
Uma grande muralha medieval acompanha o caminho entre o castelo de Guimarães e a Praça da República. Construída a mando da Condessa Mumadona Dias, entre os séculos XII e XIII, foi concluída por volta de 1322. O trecho remanescente tem 260 m de extensão e em seu interior fica a câmara municipal de Guimarães. Na Praça da República está a igreja Nossa Senhora da Consolação, toda ornamentada com um longo jardim de 200 m de extensão na sua frente. Concluída em 1785, a igreja possui estilo barroco.
Finalizamos o tour e voltamos para o Porto. No dia seguinte retornamos a Lisboa de trem para passar mais uma noite e então pegar o voo de retorno ao Brasil as 11:00h da manhã – o voo atrasou mais de duas horas. Só ficamos com memórias boas dos nossos dias em Portugal e explorar esse país superou todas as expectativas! Esperamos que vocês tenham gostado de acompanhar a saga dessa viagem e que as informações compartilhadas possam te ajudar a montar um roteiro bem bacana na terrinha dos nossos colonizadores!
Até a próxima!
Beijos
Paula e Gabe