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PORTUGAL – LISBOA: A cidade das sete colinas

A capital portuguesa tem uma história de reis, descobrimentos, tragédias e reconstruções. Não importa quantos dias você tenha para explorar, é certo que você vai deixá-la já pensando em uma próxima visita.



Irmãs pelo Mundo, outubro 2022.


Elegante, hospitaleira e moderna, a capital de Portugal reflete as sete colinas sobre as quais está levantada nas águas do rio Tejo. Esta particularidade de relevo constitui a personalidade da capital portuguesa, justificando a existência de vários mirantes e diversos meios de transportes, os elétricos (bondinhos) e os elevadores, que se convertem em uma das mais bonitas e sugestivas imagens de Lisboa.



Em outubro de 2022 nossos pais embarcaram para Portugal em uma viagem de 10 dias e visitaram algumas cidades entre Lisboa e Porto. Claro que iremos compartilhar esse roteiro completíssimo com todas as informações necessárias para ajudar você a programar a sua viagem inesquecível à terra dos nossos colonizadores. Nesse post contaremos tudo sobre Lisboa, nossa primeira parada em Portugal. Se quiser saber mais sobre as demais cidades visitadas é só clicar nos links abaixo:


Sintra: tour de 01 dia a Sintra, Quinta da Regaleira, Palácio Pena e Cascais – clique aqui para ler

Lisboa: Belém, o bairro que revive o auge do império Portugues na era dos descobrimentos - clique aqui para ler

Évora: tour de 01 dia em uma das cidades mais antigas da Europa – clique aqui para ler

Fatima: tour de 01 dia em Fátima, Nazaré e Óbidos – clique aqui para ler

Porto: a cidade que dá nome ao país (e ao vinho) – clique aqui para ler

Douro: tour de 01 dia pela região vinícola mais famosa de Portugal – clique aqui para ler

Espanha: Santiago de Compostela, tour de 01 dia saindo de Porto – clique aqui para ler

Braga e Guimarães: a capital do turismo religioso de Portugal e o berço de Portugal – clique aqui para ler


As informações de Portugal, quando ir, onde se hospedar (nossas experiências) e como se locomover estão aqui: PORTUGAL – O berço dos grandes descobrimentos – clique aqui para ler


Se você gosta de entender o contexto histórico dos locais que você visita e relembrar a história do Brasil, no final do post tem um resumão contando a história de Lisboa!

 

ROTEIRO


Chegamos em Lisboa! Foram cerca de 9 horas de voo, voando Azul direto do aeroporto de Campinas – SP. Como temos cidadania italiana, a imigração foi bem rápida. Compramos o chip de celular e pegamos um trem até a Estação Oriente e um metrô até a Estação Rossio, uma estação no estilo manuelino, próxima ao nosso hotel – é muito fácil utilizar o transporte público em Portugal. A tarde já programamos um Free Tour por Lisboa, agendado pelo site civitatis. Adoramos esse tipo de tour! Para reservar clique aqui.


O ponto de partida do tour foi a Praça dos Restauradores, a porta de entrada para a Lisboa moderna, onde a cidade foi crescendo ao norte da Baixa de forma ordenada no século XX. A praça homenageia os que lutaram na Guerra da Restauração e celebra a libertação de Portugal do domínio espanhol, em 1640. O Monumento aos Restauradores, inaugurado em 1886, pelo Rei D. Luís I é um obelisco com 30 metros de altura onde nele estão inscritos datas e nomes das batalhas da Guerra da Restauração. Na praça também se destaca: Palácio Foz construído em 1777, edifício do antigo Cinema Eden, inaugurado em 1937, é considerado uma das obras mais importantes de arquitetura modernista de Portugal; Elevador da Glória, um dos elevadores históricos de Lisboa mais usados, que que liga a Praça dos Restauradores ao Bairro Alto, Hotel Avenida Palace, inaugurado em 1892.


Obelisco da Praça dos Restauradores
Ao redor da praça há vários prédios históricos - foto: divulgação

Ao lado da praça fica a Casa do Alentejo, criada para promover e preservar a cultura de Alentejo, região do centro-sul de Portugal. Sediada num edifício de fachada simples do final do século 17, com ambientes luxuosos e arquitetura com traços árabes por conta de elementos típicos de sua arquitetura, com colunas, arcos, mosaicos e arabescos, foi adquirido pela família que o fundou, Paes de Amaral, em 1981, tornando-se um patrimônio cultural e histórico, após sediar o primeiro cassino da cidade, o Magestic Club.


Seguimos caminhando até o bairro conhecido como A Baixa, catalogado como o centro nevrálgico de Lisboa. Uma de suas características é a perfeita quadrícula que formam suas ruas, alinhadas à volta de um eixo central, a Rua Augusta, que vai desde a Praça Rossio até a Praça do Comércio. Esta disposição é consequência da reconstrução ordenada pelo marques de Pombal depois do terremoto que assolou Lisboa.


A Baixa Lisboa vista da Praça do Rossio. Seguindo pela Rua Augusta e passando pelo Arco, chega-se à Praça do Comércio bem às margens do Tejo - foto: divulgação

Primeira parada: Igreja de Santo Domingo, fundada em 1241, passou por alguns terremotos, muitas reformas e restaurações, que alteraram o seu aspecto original. Famosa por abrigar parte do lenço da pastorinha Lúcia, usado por ela quando aconteceu o milagre do sol em Fátima.


Igreja de Santo Domingo e suas paredes avermelhadas - foto: divulgação

Ao lado da igreja está a Praça de Rossio, considerada o coração da capital portuguesa e ponto de encontro de muitos lisboetas. É uma das praças mais antigas de Lisboa e um dos lugares mais emblemáticos e históricos da Baixa. O seu nome verdadeiro é Praça de D. Pedro IV, o primeiro rei constitucional. Na época do Império Romano, ali existia um hipódromo e se realizavam feiras e mercados. Ao redor da Praça do Rossio estão diversos prédios importantes em Lisboa, como o imponente Teatro Nacional D. Maria II, o Café Nicola e o Café Beira Gare (dois dos cafés mais famosos de Lisboa), e monumentos como fontes e um pedestal bem no centro da praça com a estátua de Dom Pedro IV, o nosso Dom Pedro I que proclamou a independência do Brasil frente a Portugal. O chão da praça inspirou o calçadão do Rio de Janeiro.


Foto: divulgação

Seguimos para o Bairro Alto. Suas empinadas ruas proporcionaram a existência de um dos meios e transportes mais populares em Lisboa, os ascensores e os elevadores. Atualmente existem três linhas de ascensores que ajudam os lisboetas e turistas a superar os pronunciados desníveis da zona, e um deles é o famoso Elevador Santa Justa. Também conhecido como Elevador do Carmo, que percorre uma distância vertical de 32 metros, ligando a rua do Ouro e a rua do Carmo ao largo do Carmo. Inaugurado em 1902 em estilo neogótico, é um dos monumentos mais interessantes da Baixa de Lisboa e seu viaduto permite a passagem para o Largo do Carmo, conhecido por ser o palco da revolução de 1974, e ruínas do Convento do Carmo.


Elevador de Santa Justa - arquivo irmãs pelo mundo
Passarela do Elevador de Santa Justa com mirante, que dá acesso às ruínas da Igreja do Carmo

Idealizado por Dom Nuno Álvares Pereira, em 1389, e inaugurado alguns anos depois, já no século XV, o convento é um antigo convento da Ordem dos Carmelitas da Antiga Observância e foi a principal igreja gótica de Lisboa. O militar que lutava às ordens de D. João I, fez a promessa de levantar um luxuoso santuário se ganhasse, como assim aconteceu, a batalha de Aljubarrota contra os espanhóis. O convento foi parcialmente destruído com o grande terremoto de Lisboa em 1755. Hoje, o local abriga as ruínas da igreja e o Museu Arqueológico do Carmo.


Largo do Carmo e entrada das ruínas da Igreja do Carmo - foto: divulgação
Ruínas da Igreja do Carmo - foto: divulgação

Entre o Bairro Alto e a Baixa fica o Bairro de Chiado, um dos bairros mais emblemáticos e tradicionais da cidade de Lisboa. Suas ruas labirínticas e pequenas praças mostram a vitalidade desta região que é o centro comercial e teatral de Lisboa, e que foi o centro do Romantismo Português. Abriga a Rua Garrett com boutiques sofisticadas, restaurantes e a livraria Bertrand do século 18, a mais antiga do mundo. Na Praça Luís de Camões, há estátuas dos maiores nomes da literatura portuguesa, e o Teatro Nacional de São Carlos do século 18 tem decorações no estilo rococó. Em 1988 um incêndio num estabelecimento na Rua do Carmo devorou o Chiado, reduzindo a cinzas quatro quarteirões.


Rua Garrett
Livraria Bertrand - foto: divulgação
Praça Luís de Camões - foto: divulgação

Seguimos pela Rua Augusta, a rua mais famosa de Lisboa que surgiu após a reconstrução desta região, destruída com o terremoto de 1755. Liga a Praça do Rossio com a Praça do Comércio, também chamada de Terreiro do Paço. Lojas históricas na Rua Augusta: A Casa Macária, que desde 1913 vende chocolates, café, licores, entre outros; A Sapataria e Chapelaria Lord, que funciona desde 1941; A Casa Pereira da Conceição, que desde 1933 comercializa chás, cafés, chocolates; A Camisaria Pita, que desde 1887 vestiu a realeza e mais tarde o corpo diplomático (esta loja irá fechar em breve); A Casa Brasileira, onde funciona uma pastelaria desde 1934.


Caminhando pela Rua Augusta em direção à Praça do Comércio

O Arco da Rua Augusta representa uma porta de entrada nobre para a Baixa de Lisboa. As esculturas no topo representam a Glória coroando o Gênio e o Valor e as inscrições em latim enaltecem os heróis portugueses da época dos descobrimentos. As esculturas nas laterais representam dois rios portugueses: O Douro e o Tejo. As figuras no nível inferior são de figuras marcantes portuguesas: o Marquês de Pombal, o navegador Vasco da Gama, o militar Nuno Álvares Pereira e o líder Viriato. Entrada Gratuita com o Lisboa Card.



Ao atravessar o arco, chegamos na Praça do Comercio uma das maiores da Europa, e onde encerramos o nosso tour. Também chamada de Terreiro do Paço, foi o local do palácio dos reis de Portugal durante cerca de dois séculos e que hoje abriga alguns departamentos governamentais. Em 1511, o rei D. Manuel I transferiu a sua residência do Castelo de São Jorge para este local junto ao rio. O Paço da Ribeira, bem como a sua biblioteca de 70 000 volumes, foram destruídos pelo incêndio de 1755. Num dos edifícios se encontra o famoso café Martinho da Arcada, o mais antigo de Lisboa, e um dos preferidos de Fernando Pessoa.


Praça do Comércio - foto: divulgação

Aqui está o mapinha do nosso percurso:



Outros lugares para conhecer no Bairro da Baixa:


Praça da Figueira, próxima a Praça do Rossio, é outro ponto de encontro preferido dos lisboetas. Na praça está a majestosa estátua equestre de D. João I, primeiro monarca da dinastia Avis. E a Praça do Município que fica ao lado da Praça do Comércio e abriga a Câmara Municipal, um edifício neoclássico de 1864; e um pelourinho do século XVIII.


Praça da Figueira - foto: divulgação
Praça do Rossio e bem ao lado a Praça da Figueira - foto: divulgação

Outros lugares para conhecer no Bairro Alto e Chiado:


Igreja de São Roque: apresenta algumas das capelas com maior número de elementos decorativos de toda Lisboa. Construída nos fins do século XVI pelos jesuítas, destacam a capela de São João Batista, com conjunto neoclássico em ouro, prata, marfim e mármore; a capela-mor; a capela de Santo Antônio com pinturas e talhas no estilo barroco.


Palácio de São Bento: um antigo convento beneditino fundado em 1598 foi totalmente restaurado nos fins do século XIX para sediar as dependências da Câmara Legislativa. Também conhecido como Palácio da Assembleia da República.


Basílica da Estrela: conhecida também como Basílica do Sagrado Coração de Jesus, teve sua construção iniciada em 1779 em estilo rococó, ainda que com elementos neoclássicos. No interior estão os sepulcros de Santo Exupério, que esteve nas catacumbas romanas; e da Rainha Maria, esposa do rei consorte D. Pedro, que ergueu o santuário.


Palácio das Necessidades: residência oficial dos reis de Portugal, desde que foi construído a meados do século XVIII, até a abolição da monarquia em 1910. Hoje é sede do Ministério dos Negócios Estrangeiros.


Igreja de São Francisco de Paula: fica próximo ao Palácio das Necessidades, e nela se encontra a tumba de D. Mariana Vitória, esposa de D. José I.


Palácio Nacional da Ajuda: também antiga residência real, foi construído a princípios do século XIX. Possuiu três salas de jantar, uma biblioteca fundada pelo Marquês de Pombal, um museu de mais de 30 salas que contém parte da luxuosa mobília que pertenceu à monarquia portuguesa.


Avenida da Liberdade: a artéria principal da cidade, concebida pelo Marquês de Pombal após o terremoto de 1755, era chamada de Passeio Público. Fica ao norte da Baixa e culmina na Praça da Rotunda ou do Marquês de Pombal, em cujo centro se encontra o monumento com a estátua do marquês acompanhada por um leão que simboliza o poder.


Calçadão da Avenida da Liberdade - foto: divulgação
 

BAIRRO ALFAMA


Tomando como referência a Praça Rossio, no lado oriental está o bairro de Alfama um pitoresco labirinto de ruas estreitas, pequenas praças, minúsculos pátios e escadarias cuja origem se remonta à época visigótica, quando foram construídas as primeiras casas. O traçado que sobreviveu à passagem dos anos nos faz lembrar do período em que os árabes ocuparam a cidade. O local, rico em fontes de água quente, era chamado pelos árabes de “al hamma”, que significa precisamente “águas termais”.


As ladeiras do bairro Alfama - foto: divulgação

Membros da nobreza portuguesa moravam neste bairro, onde o fado atinge a máxima expressão. Melodia de notas melancólicas e letras sentimentais, o fado é considerado uma das mostras mais genuínas do folclore do país. Acredita-se que suas raízes sejam provenientes das antigas canções medievais e árabes, bem como ritmos das danças dos escravos africanos, porém o fado tal como conhecemos hoje, foi “remodelado” aos primeiros anos do século XIX. As melhores interpretações desta música popular podem ser ouvidas em algumas das antigas tavernas que se encontram nas ruas de fachadas inclinadas, que desafiam as leis da gravidade.


As tavernas charmosas do Bairro Alfama - foto: divulgação

Alfama foi uma das poucas zonas da cidade que se salvou da destruição causada pelo terremoto de 1755. Perde-se pelas suas ruas é como viajar no tempo. Não chegamos a fazer um tour completo pelo bairro, mas esse seria o nosso roteiro: da Praça Rossio, caminhe passando pelas ruazinhas do Bairro de Alfama até chegar no Castelo de São Jorge, autêntico berço de Lisboa, erguido sobre a mais alta colina, visível de qualquer ponto da cidade. É considerado o monumento mais antigo de Lisboa.


Castelo de São Jorge erguido em uma das colinas de Lisboa - foto: divulgação
Vista deslumbrante de Lisboa - foto: divulgação

O valor estratégico da colina fez com que os Romanos construíssem as primeiras muralhas, porém as que chegaram aos nossos dias são de origem árabe, construídas antes de ser fundado a nacionalidade portuguesa, entre os séculos X e XI. D. Afonso Henriques, ao expulsar os árabes em 1147, converteu o castelo em residência real até que em 1511, o então rei D. Manuel I decidiu mudar-se para a atual Praça do Comércio. O monumento conserva as suas muralhas, vários edifícios de caráter defensivo, o palácio árabe, o caminho de rendo e onze torres, sendo que a principal, chamada Ulisses, é hoje um mirante. No interior se destacam o jardim em estilo inglês e a estátua de D. Afonso Henriques, o primeiro rei de Portugal. O bairro Mouraria, se este aos pés do castelo, foi assim denominado por ser o lugar que os muçulmanos que não abandonaram a cidade escolheram para morar após a entrada dos cristãos.


“Descendo” em direção à Praça do Comércio, chega-se a Catedral ou Sé de Lisboa, um imponente edifício com aspecto de fortaleza que une os estilos românico e gótico. Sua construção começou em meados do século XII, depois que as tropas do rei D. Afonso Henriques expulsaram os árabes da cidade. Os elementos mais recentes são frutos das restaurações realizadas depois dos terremotos de 1385 e 1755.


Sé de Lisboa - foto: divulgação

A Igreja de Santo Antônio encontra-se em frente à Sé e foi construída nos fins do século XVIII para honrar a memória deste santo que é o mais venerado em Lisboa. A cripta desta igreja está localizada no lugar onde, segundo a tradição, estava a casa onde nasceu Santo Antônio, em Setembro de 1191. Foi batizado como Fernando de Bulhões e morreu em Pádua. Também segundo a tradição, todos os sinos de Lisboa tocaram espontaneamente no momento do óbito. Ao lado da igreja encontra-se o Museu Antoniano, com diversas peças e criações relacionadas com a vida do santo.


Na vizinha rua dos Bacalhoeiros, ou vendedores de bacalhau, encontra-se um edifício singular chamado Casa dos Bicos, também chamada de Casa dos Diamantes. É uma construção no estilo renascentista, com pedras lavradas em forma de pirâmide ou diamantes. Foi parcialmente destruída pelo terremoto de 1755 e apenas em 1983 foi restaurada por completo.


Casa dos Bicos - foto: divulgação

Outros locais para visitar no Bairro de Alfama:


Igreja de São Vicente de Fora: construída em substituição a um templo românico, por ordem de D. Felipe I em 1582. Fica um pouco mais distante do centro histórico.


Igreja de Santa Engrácia: também conhecida como Panteão Nacional, é um dos melhores expoentes do barroco português. Começou a ser construída no século XVII e a meados do século XX foi redesenhada para se tornar também o panteão de figuras ilustres portuguesas.


Igreja de Santa Engrácia - foto: divulgação

Feira da Ladra: localizada nas proximidades das Igrejas de São Vicente de Fora e de Santa Engrácia, tem suas origens desde 1882, período da Reconquista. Terças e Sábados a zona se converte em um formigueiro de gente disposta a comprar os artigos expostos pelos feirantes.


Igreja Madre de Deus: pertenceu ao convento fundado em 1509 pela rainha Dona Leonor, viúva de D. João II e irmã do rei D. Manuel I. É um dos exemplares mais perfeitos e representativos da arquitetura religiosa da época manuelina. Sofreu grandes estragos com o terremoto de 1755. Atualmente abriga o Museu do Azulejo, que conta a história da produção portuguesa dos famosos azulejos desde o século XV até os nossos dias.

 

BAIRRO BELÉM


Como tiramos um dia inteiro para fazer um tour pelo bairro Belém, criamos um post exclusivo para ele. Clique aqui para ler.

 

MIRADOUROS DE LISBOA


Por conta do relevo de suas colinas, Lisboa é repleta de mirantes que proporcionam belas vistas de toda a cidade. Somam dezessete e os mais conhecidos e disputados são: Miradouro do Castelo de São Jorge, que proporciona de um lado a vista panorâmica da Igreja S. Vicente de Fora, do bairro Mouraria, Praça do Comércio, Rossio e do outro lado Graça, Carmo, Igreja de São Roque etc; Miradouro de Santa Luzia, próximo ao castelo; Miradouro Monsanto; Miradouro de São Pedro de Alcântara no Bairro Alto; Miradouro de Santa Catarina que proporciona uma vista linda do Tejo, molhes e Porto de Lisboa.


Miradouro de Santa Luzia - foto: divulgação
Mirante do Elevador de Santa Justa - foto: divulgação
 

Continuamos hospedados em Lisboa, e no dia seguinte visitamos Sintra, Cascais e Cabo da Roca. Clique aqui para continuar esse tour com a gente.

 

HISTÓRIA DE LISBOA


A história da fundação de Lisboa, no ano 800 a.C., é atribuída aos fenícios, que criaram um núcleo urbano denominado Alis Ubbo que na língua fenícia significa "porto seguro" ou "enseada amena". Cinco séculos depois, a região foi conquistada pelos romanos, e foi Julio Cesar quem lhe deu o nome de Felicitas Julia Olissipo.


Depois da passagem de diversas tribos de Vândalos (século V e VI) os visigodos estabeleceram-se na agora denominada Ulishbona, e com eles iniciou-se um curto período de tranquilidade que fora cortado pela invasão dos árabes/mouros em 714. A labiríntica distribuição das ruas e o prefixo “al” no nome, convertem o bairro Alfama no mudo testemunho desta dominação. Os árabes passaram a chamar a então Ulishbona de Alusbuna.


Bairro Alfama - foto: divulgação

Com o início da Reconquista, a opulenta Alusbuna é alvo dos cristãos, que saqueiam a cidade primeiramente em 796 e por outras ocasiões nos anos seguintes. Foi apenas em 1147, que D. Afonso Henriques, à frente de um grande número de cruzados que se dirigiam à Terra Santa, reconquistou, para o cristianismo, a cidade. Quatro anos antes, esse neto do rei Alfonso VI de Leão, se proclamou o primeiro monarca de Portugal. Com Lisboa em suas mãos, D. Afonso Henriques conseguiu consolidar a identidade do novo reino que se tinha começado a gestar no condado de Portucale (atual região do Porto). Um século mais tarde, no ano de 1255, Lisboa se tornou a capital de Portugal em substituição à Coimbra.


D. Afonso Henriques - foto: divulgação

O novo capítulo da história de Lisboa nasce com a grande revolução da Crise dinástica de 1383-85. Após a morte de Fernando de Portugal, o Reino passaria para o Rei de Castela. Para Lisboa, a união com Castela significaria uma diluição das ligações comerciais com outros países; além de um desvio de atenções dos privilégios; por isso os mercadores e pequenos fidalgos mercantes apoiaram a luta co Mestre de Avis, D. João, meio-irmão de D. Fernando I e filho ilegítimo de D. Pedro I. Ao vencer o Cerco de Lisboa (1384) e a Batalha de Aljubarrota, Mestre de Avis é aclamado João I de Portugal, terminando assim a dinastia de Borgonha e iniciando uma segunda dinastia portuguesa, a dinastia de Avis.


Monumento Padrão dos Descobrimentos erguido em homenagem ao período das grandes navegações

Os séculos XV e XVI marcaram um período próspero da história da cidade e coincidem com a então chegada ao trono da dinastia de Avis. Estes monarcas foram os grandes impulsores das travessias marítimas, que transformaram o país em uma potência mundial e Lisboa em um ponto estratégico nas rotas comerciais. A figura paradigmática deste período é D. Manuel I, “O Afortunado”. Durante o seu reinado Vasco da Gama descobriu o caminho marítimo para as Índias e Pedro Álvares Cabral comandou a expedição que descobriu o Brasil. Síntese deste esplendor foi o aparecimento da “arte manuelina”, assim chamada em honra de tão venturoso monarca. A cidade de Lisboa ganhou tanta fama, que no século XVI é considerada sem dúvida a mais rica cidade de todo o Mundo.


O Mosteiro dos Jeronimos é um dos grandes exemplares da arte manuelina em Lisboa

A grave crise dinástica de 1580, tornou Filipe II de Espanha rei de Portugal com nome D. Felipe I, o primeiro de três reis espanhóis da dinastia filipina, fazendo surgir a chamada União Ibérica, em que Portugal e Espanha, mantendo coroas separadas, eram regidas pelo mesmo rei. Neste período, por não ser mais independente e por estar envolvido na guerra travada por Espanha com os Países Baixos/Holanda, Portugal sofreu grandes reveses no império, resultando na perda do monopólio do comércio no Índico e ocupações holandesa em suas possessões coloniais. Lisboa perdera grande parte da sua frota, portos e produtos, ficando irreversivelmente arruinada e perdendo rapidamente sua importância.


A situação de ruína econômica foi resolvida, não por projetos bem sucedidos, mas com a exploração colonial e o descobrimento do ouro no Brasil. O “quinto” - imposto cobrado pelo ouro extraído - começa a chegar a Lisboa em 1699 e suas receitas rapidamente chegam às várias toneladas anuais (mais de 15 toneladas após 1730), representando quase todo o orçamento do Estado. As grandes riquezas levadas do Brasil e a restauração da independência em 1640 deram uma época de grande esplendor a Lisboa. As riquezas que chegavam de Minas Gerais, também reconstruiram a cidade Baixa após o grande incêndio de 1755, que devastou o centro de Lisboa por quase completo.


O Marquês de Pombal, secretário de Estado do Rei D. José I, foi quem realizou o plano de reconstrução da cidade utilizando critérios urbanísticos, que anos depois foram generalizados por toda a Europa - foto: divulgação

No fim do século XVIII, estala a Revolução na França, e a cidade de Lisboa cai nas mãos de Napoleão em 30 de novembro de 1807. A Família Real portuguesa, alta Aristocracia e Clero haviam fugido no dia anterior. Lisboa pede auxílio aos ingleses e é reconquistada. Em 1833, a monarquia constitucional foi restaurada e perdurou até a proclamação da república em 1910. O Brasil torna-se independente e os seus produtos e ouro já não escoam para a Capital, fazendo com que Lisboa perca viabilidade econômica. A cidade estagna perdendo importância, os empregos tornam-se mais precários e a miséria aumenta novamente. A dependência do Estado torna-se atrativa e a classe dirigente orbita a Corte Real, mantendo sua vida luxuosa com salários, privilégios e subsídios.


Os liberais das classes médias cujos impostos pagam os luxos das classes altas, aliam-se aos proletários para defender a propriedade, o mercado livre e melhorar as condições laborais com medidas sociais. Em 1910, com as classes altas vivendo ainda numa sociedade à parte, Lisboa revolta-se e é proclamada a Primeira República. O fim da I República ocorre em 1926 e em 1932, a Ditadura de Salazar tomou o poder e permaneceu até 25 de abril de 1974, quando um golpe de estado dirigido pelo General Spinola acabou com a ditadura. Esse fato ficou conhecido como a “Revolução dos Cravos”.


Fachada da livraria Bertrand, a mais antiga de Portugal, aberta em 1732

No século XIX, a grande expansão demográfica fez com que Lisboa se dotasse de comboios e do primeiro sistema de iluminação pública. No século XX, três grandes feitos marcaram a história de Lisboa: a inauguração da Ponte 25 de abril em 1966, que rompeu o secular isolamento da margem sul do rio; o incêndio que devastou o bairro Chiado em 1989 e a celebração da Exposição Universal de 1998, que serviu para que Lisboa empreendesse ambiciosos planos de reforma visando a modernização.


Café A Brasileira no Bairro Chiado com a famosa estátua de Fernando Pessoa, foi fundada em 1905 para vender o café brasileiro em Portugal - foto: divulgação
 

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